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RUBRO AMOR

Ainda na infância pensava muito sobre como seria a vida no decorrer da juventude, pensava nos filhos que viria a ter, os amores mal vividos, dos filhos e demais coisas.

Vivia intensamente todos os momentos sem medo do que pudesse acontecer.

Fugindo de mim mesmo nos momentos mais sombrios e sem sombra de duvidas, a vida não era a mesma desde que conheci Heloá, moça de seus vinte e poucos anos, corpo de dar inveja a qualquer moçinha de quinze. Com sua fala meiga e olhar sedutor, logo começamos a nos conhecer e dar asas para a química presente desde o primeiro momento.

Mal sabia eu que este seria a prorrogação de todos os meus sonhos. Mal sabia eu que jamais seria como imaginei. Jamais saberia que minha velhice ora pensada jamais seria alcançada. Pensando bem, vivo além da velhice que pensei outrora, porém carrego o peso dos anos em minha não presente alma, na verdade presente, pois existo. São momentos de reflexões filosóficas que me mantem acesa a chama do que muitos chamam de vida.

Viver na escoria da sociedade. Anjos da Noite. Descendentes de Caim. Vivemos intensamente a cada novo anoitecer, pois a chegada de um novo dia para nós pode ser uma ameaça. Como me lembro do rosto de medo, horror de todas as minhas “namoradas”, usando de habilidades psíquicas para seduzi-las, porém nunca tive a petulância de  transformar uma de minhas vitimas em seres da noite, vampiro assim como o sou. 

Devo todas minhas desgraças há Heloá, pois maldito o dia que nossos olhares se cruzaram e em um ato avassalador me dominou, consumiu minhas energias, roubou minha vida através de seus lábios, presenteando-me com o prêmio maldito, a imortalidade.

Muitos nos rotulam por assassinos, porém assim não nos vejo. Somos seres vivos, estando inserido em um ecossistema autossustentável, onde somos apenas obrigados a caçar nossos alimentos. Não tendo culpa de nossa espécie se alimentar de outra que até outrora era semelhante. Apenas luta pela sobrevivência. Por um lado é interessante, pois nossas vitimas em si não são mortas ou aniquiladas, elas passam a viver através de nós, pois suas vidas nos dá a imortalidade e nos presenteiam com mais alguns momentos até nossa próxima refeição.

Creio que ainda não falei dos períodos que somos obrigados a ficar inerte em um tão conhecido caixão. Por fim quero logo lhes dizer, não é tão glamorosa está nossa existência. Mas sigo meu caminho errante, sem filhos, sem envelhecer porém com o peso dos anos preso apenas em minha memoria, sonhando o dia de romper esta barreira espectral e finalmente poder dizer que valeu a pena e tudo não passou de um sonho.
Sonho?  – O que seria sonho a uma altura dessas que vivo. O meu presente sempre latente, quantos nomes tive que usar? As mudanças constantes, tudo isso faz parte de nosso ciclo natural, mas irei romper todas essas barreiras, vocês podem esperar.

MANCHETE TV VAMP
13/05/2011
- Duplo suicídio de dois membros de nossa staff, Heloá e Marco Polo programaram e executaram suas próprias mortes em uma guilhotina, sendo ambos decapitados  no mesmo momento. Acharam apenas uma carta um tanto sem explicação, vejam trechos a seguir.

– ... Morrendo para vida renascemos em nosso universo imortal, hoje selando nossa união retornamos neste ato de coragem, jogando fora uma podre imortalidade para nos encontrar na profundeza das trevas e vivermos como realmente somos.
PS: Heloá
PS: Marco Polo

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